«REDIV» Sob o signo da videodança

REDIV conecta os festivais:
Festival Internacional VideodanzaBA (Argentina
Festival Internacional Corporalidad Expandida (Argentina)
Festival Internacional dança em foco (Brasil)
Mostra Internacional de Dança, Imagem e Movimento a Céu Aberto – IMARP (Brasil)
Festival Internacional Cuerpo Digital (Bolivia)
Festival Internacional DVDANZA Habana (Cuba)
Festival Internacional Video Movimiento (Colombia)
Festival Internacional Internacional FIVER (España)
Festival Internacional Agite y Sirva (México)
Festival Internacional de Danza para la Pantalla Movimiento en Movimiento (México)
Crear en Libertad (Paraguay)
Festival Internacional Inshadow (Portugal)
Festival Internacional SurReal (Proyecto Colombiano en Alemania)
Festival El Cruce (Argentina)
Festival Internacional de Videodanza Movimiento en Foco MEF (Argentina)
D’Olhar Festival Itinerante de Danza y Video (Brasil)
Festival Internacional MIVA (Ecuador)
Festival Videodanza Ecuador (Ecuador)
Festival Internacional de Palma (España)
Festival Bailar a Pantalla (México)
MUMVI – Muestra Multidisciplinaria de Videodanza (México)
Festival Internacional de Videodanza de la Ciudad de México (México)
Festival Internacional de Videodanza Uruguay, FIVU (Uruguay)
por Katja Zellweger
COINCIDÊNCIA/Pro Helvetia apoia pelo terceiro ano a Rede Ibero-Americana de Videodança, REDIV (Red Iberoamericana de Videodanza), criada em 2016. O apoio contribuiu a realização de dois encontros anuais, a formação de grupos de trabalho temáticos, o desenvolvimento de sua independência financeira, além de facilitar a cooperação entre mais de 20 festivais, colaboradores e projetos da América Latina e da península Ibérica.
Além de viabilizar a produção de trabalhos, a REDIV organiza apresentações de vídeos, viagens de artistas, divulgação de conteúdos, publicações, oficinas e talks artísticos. Em 2019, os membros da REDIV se encontrarão em festivais no Paraguai e na Bolívia. Se planeja discutir a criação de uma nova plataforma online, além da implementação de um REDIV-Awards. Assim, os trabalhos latino-americanos de videodança e turnês poderão receber fomentos financeiros.
Conforme ressalta Silvina Szperling, do festival argentino VideoDanzaBA e coordenadora de comunicação da REDIV, a videodança latino-americana, ao contrário da europeia, sempre precisou ser produzida independentemente de recursos e de canais de televisão públicos.
«Atualmente também as vias europeias de produção e distribuição de videodança mudaram e mais festivais e redes vêm surgindo.»
Recentemente, a REDIV, elaborou um projeto de curadoria com trabalhos de coreografia. em colaboração com o Merce Cunningham Trust. O projeto «A figura-chave da screendance» tem sido apresentado em diferentes formatos: filme, documentário, publicação e performance. O projeto pode ser visto em todos os 24 festivais associados e também no FIVideodanza CDMX México, no MUMVI México, no Cuerpo Digital na Bolívia e no VII Festival Fiver, da Espanha, em parceria com o novo BAC Madrid #0 (Bienal de las Artes del Cuerpo, Imagen y Movimiento de Madrid). Este projeto também foi exibido no Festival Agite y Sirva, no México, e no Crear en Libertad, no Paraguai.
Em 2017 e 2018, os coreógrafos suíços Gilles Jobin e Jasmine Morand participaram dos festivais da REDIV a convite do COINCIDÊNCIA/Pro Helvetia.
Em 2019, a artista convidada pelo REDIV foi Nicole Seiler . A seguir uma entrevista com a coreógrafa sobre redes, turnês e videodança.
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Nicole Seiler, você é a artista convidada de 2019 pela Rede Ibero-americana de Videodança, REDIV, para os festivais do Paraguai e da Bolívia. Como você chegou à REDIV?
A coreógrafa Jasmine Morand sugeriu meu nome à REDIV. É muito mais difícil encontrar um canal de comunicação aberto quando entro em contato, da Suíça, com festivais que não me conhecem. Eu passei por isso também em outros países: depois de apresentar trabalhos em algum lugar, outros convites surgiam.
Em que medida estas redes trazem benefícios para você como artista?
O benefício é claro: com toda uma rede à disposição, a organização de uma turnê fica mais fácil. Agora, por exemplo, consegui combinar as atividades da REDIV com uma turnê pelo Brasil, o que foi ideal. Essa combinação é uma grande vantagem, especialmente considerando a questão climática. Assim é possível ser mais eficiente na organização e, também, nos trajetos. Pessoalmente, penso que três semanas é o tempo mínimo para eu passar em um continente.
Você conhece alguma rede na Europa semelhante à REDIV?
Em termos de videodança não conheço nenhuma rede parecida. Já no caso da dança há muitos festivais na Suíça e também na Europa, em geral. Essa tendência de criar redes sempre existiu.
O que significa a videodança para você?
O termo «dança contemporânea» é muito abrangente para mim. Eu vejo a videodança como vídeo artístico que tematiza um corpo em movimento no espaço. A câmera, no meu caso, normalmente tem pouquíssimo movimento, eu a vejo como uma moldura fixa, um palco ou um recorte. Mesmo assim, movimento e corpo, e a abstração de ambos é sempre algo central para mim. Acho que consideraria pouco enriquecedor criar peças apenas para o palco. Eu uso diferentes mídias, espaço público, instalações, teatro, multimídia e audiowalks. Dessa forma, a videodança é uma mídia que pode ser apresentada em contextos completamente diferentes.
Paralelamente a uma retrospectiva quase completa de sua obra em vídeo, você está coordenando uma oficina para a REDIV. Qual o tema dessa oficina?
Em trabalhos de videodança, podemos ver danças espetaculares com todo o tipo de movimento sendo dançado. Os corpos, em sua beleza integral, são encenados. Mas eu me interesso, já há bastante tempo, pelo que acontece antes, entre e depois dos momentos espetaculares. Por isso, a oficina se chama «inbetween». Durante três ou quatro dias nós vamos experimentar ideias em torno disso. Cada um dos participantes da oficina vai trabalhar em um filme que apresentará posteriormente. A REDIV me dá a liberdade de tematizar aquilo que me interessa.
E o que mostram estes momentos não espetaculares?
Tiques de um atleta de ginástica artística antes de ele iniciar uma prova, por exemplo. Ou rostos e corpos concentrados. Quando eu sou a instrutora, todos ficam bem concentrados, inclusive no momento de improvisação. Mas assim que digo «chega por hoje», os rostos e movimentos se transformam. E são estes pequenos momentos, pouco espetaculares, que eu acho fascinantes.