Open Call: «Consciousness» no CAB Patagônia – 2021 (Chile)
Até 15 de Novembro convidamos artistas suíços, arquitetos ou pesquisadores interessados no diálogo transdisciplinar artístico, científico e humanístico que trabalham nos campos da arte contemporânea a se candidatarem para uma residência de 2 semanas na CAB – Casa-Museo Alberto Baeriswyl, na Patagônia chilena.
Os participantes podem desenvolver pesquisas, trabalhos efêmeros em locais específicos, ou qualquer proposta que considerem abraçar, experimentar, ou introduzir no conceito de estudo.
Para verificar mais informações sobre a chamada aberta, clique no link na caixa azul!
Proposta curatorial:
A revisão da história, com a construção de uma narrativa, e a atualização do imaginário coletivo e da linguagem, são a base para a construção de novas expressões artísticas, audiovisuais e literárias.
Ser consciente, viver dentro/ com consciência parece ser uma das chaves para enfrentar o futuro global. Reconhecer nossa vulnerabilidade como espécie, que somos parte de um todo (chamado, o universo, pluriverso, terra, espaço ou outro), e que estamos intimamente conectados com tudo o que nos cerca, constitui algumas das reflexões importantes e básicas que podemos resgatar no Chile depois de vivenciar o surto social de 18 de outubro, que furiosamente exigia equidade social sob o lema “O Chile acordou” e depois de uma pandemia global mudou o ritmo e o estilo de vida de forma retumbante, fazendo-nos, qualitativa e quantitativamente, repensar o valor e a ordem de nossa vida com base no consumo, capital e produtividade como os grandes eixos de poder de nossa cultura ocidental.
Depois de ter trabalhado nas duas edições anteriores nos conceitos de “Tempo Profundo” e “Resistência e Poder”, o conceito de estudo para esta residência será “Consciência” e é proposto como uma saída. A palavra etimologicamente vem do latim “consciência” que é definida como a capacidade de reconhecer a realidade circundante, o conhecimento reflexivo das coisas. Ou a atividade mental do sujeito que se permite sentir presente no mundo e na realidade, ou o ato psíquico pelo qual um sujeito se percebe no mundo.
A consciência seria então a capacidade que temos de tomar consciência do que nos cerca e nos colocar no lugar, de conhecer a nós mesmos e a capacidade de tomar consciência de nosso eu interior, de como somos e como nos sentimos. Ter plena consciência das próprias sensações, emoções e pensamentos no momento presente é sem dúvida uma atitude em relação à existência e requer esforço, constância e, sobretudo, a decisão de incorporar estes processos em nossas vidas no conhecimento de que produz bem-estar físico e mental.
Convidamos a comunidade artística, os historiadores e os pesquisadores de arte contemporânea a se aventurar nesta jornada e refletir juntos, com um grupo diversificado de profissionais, sobre a observação, a criação e a representação de novas realidades, novos mundos e novos imaginários.
A residência é, portanto, oferecida como um lugar de cruzamento das relações artísticas e extra-artísticas, transitando sobre a história planetária, segundo a qual todas as dimensões da produção humana estão internamente relacionadas com a outra. Estamos com o meio ambiente e juntos devemos reconstruir nosso mundo em busca de uma nova entrada para nossa própria existência.
Podemos transitar conscientemente através de nossas vidas e ser testemunhas em tempo real de nossa realidade? Como funciona a arte contemporânea como um dispositivo dessa autoconsciência?
– Maria Luisa Murillo, diretora da CAB.
Imagem: “La lengua de la palma” , 2020, Video Performance by Gimena Castellón Arrieta © María Luisa Murillo.
