Fátima Rodrigo
Suíça | Artes visuais
Artes visuais
Em seus trabalhos mais recentes, Fátima Rodrigo tratou do papel que a arte andina — entendida como uma forma de registro histórico — desempenhou na formação do modernismo ocidental, uma vez que o registro arquivístico das culturas andinas e mesoamericanas pré-hispânicas consiste não em textos escritos, mas na iconografia encontrada em artefatos arqueológicos, como cerâmica e tecidos. Em seu projeto «New Trends», ela pretende questionar as maneiras pelas quais os mundos culturais indígenas são vistos, até hoje, como algo separado da história global e à margens da modernidade. A ideia é desenvolver uma pesquisa sobre as Exposições Etnológicas e Coloniais de meados do século XIX, com foco na propaganda moderna e no material gráfico que promoveu as relações imperiais. Fátima quer buscar paralelos visuais e simbólicos com as tendências contemporâneas predominantes no mundo da moda e da arte, que ainda reproduzem a ideia colonial de um “nós civilizados” dialeticamente construído em oposição aos “outros indígenas” como objetos de estudo, em vez de atores ou sujeitos de direitos.
Fátima Rodrigo [PE] é artista visual. Sua prática se concentra em como, ao longo da história, a ideia de modernidade foi construída em oposição às práticas não ocidentais do “Sul Global” e em questões de identidade de gênero na América Latina. Usando elementos de festivais vernaculares e do mundo da performance, a artista desenvolveu uma linguagem que questiona os regimes de poder naturalizados pela história da arte. Recentemente, ela fez parte do programa de residência Art Explora e Cite des Arts em Paris, 2021; Gasworks (bolsa Artus), Londres, 2018 e Flora, Bogotá, 2017. Suas exposições individuais mais recentes incluem: «Plató América», em colaboração com o músico Jaime Oliver, Museo de Arte de Lima (MALI), 2019; «Fiesta en América», ICPNA, Lima, 2019; «Lo que un Día Fue No Será», Galería 80M2 Livia Benavides, 2018; «Mala Mujer», Galería Valenzuela Klenner, Bogotá, 2018; UNAP, «Many Studios», Glasgow International Festival, Glasgow, 2016. Atualmente, ela faz parte da Bienal de Liverpool «uMoya», com curadoria de Khanysile Mbongwa, 2023. Seu trabalho foi publicado em: «77 Artistas Peruanos Contemporáneos» (2017) e «Tomorrow: Themes in Contemporary Latin American Abstraction» (2022), editado por Cecilia Fajardo-Hill.