Sara Aliaga Ticona
Suíça | Artes visuais
Artes visuais
A ressignificação de nossa relação com a água é um conceito no qual a fotógrafa Sara Aliaga vem trabalhando há algum tempo. Ao visitar várias comunidades na América Latina, ela aprendeu sobre formas recíprocas e respeitosas de se relacionar com a água e observou a luta das pessoas para mantê-la segura. Para muitas dessas comunidades, a água é um “ser vivo” que tem sentimentos e memórias e nos conecta com tudo o que já viveu e viverá na Terra. Na cosmovisão andina, a água não é apenas um “ser vivo”, mas também um ser que cria conexões com outros reinos deste mundo. Assim, em seu projeto «Living Water, Presence and Absence» (água viva, presença e ausência), Sara se propõe a aprofundar essa ideia, tanto como artista visual quanto como mulher aimara, além de refletir sobre como afetamos a vida da água e como entendê-la como um “ser vivo” poderia nos ajudar a lidar com ela como algo mais do que um elemento de consumo. O objetivo é realizar a residência no vale de Verzasca, na Suíça, sede do Verzasca Photo Festival e lugar conhecido por ter um dos rios mais cristalinos do mundo.
Sara Aliaga Ticona [BO] é uma comunicadora social, fotojornalista e artista visual aimara. Como fotógrafa e narradora visual, ela concebe a fotografia como um instrumento social de reconquista de identidade. Os eixos fundamentais de sua pesquisa visual convergem em torno de gênero e identidade, direitos humanos, crise climática e o impacto que ela tem sobre os povos indígenas. Seu trabalho é construído em torno de narrativas simbólicas, conceituais e documentais com as quais ela busca gerar discursos reflexivos para a criação de uma memória coletiva visual consciente e ética que dignifique temas transversais à sua própria realidade como mulher e fotógrafa.