«Cartographies of the Unseen» – Felipe Castelblanco (Colômbia)
Colômbia — Viagens de pesquisa
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Felipe Castelblanco Website
Felipe Castelblanco Vimeo
Datas
Fevereiro a Março de 2020.
Local
Colômbia
«Cartographies of the Unseen» é o resultado estético e político de uma imersão iniciada pelo artista multimídia Felipe Castelblanco em contato com a população indígena da Pan-Amazônia Colombiana, entre os anos de 2018 e 2020.
Localizada entre os Andes e a Amazônia Inferior, a região foi, durante séculos, epicentro de genocídio, extrativismo, desapropriação e crimes ambientais que impactaram a estabilidade do ecossistema da Amazônia. Os conflitos históricos, no entanto, resultaram em novas formas de resistência indígena, fazendo erigir uma forte pulsão de auto-representatividade para seus habitantes e, principalmente, novas alianças para a manutenção do equilíbrio biológico e cultural da região.
Trailer: Cartographies of the Unseen from felipecastel on Vimeo.
Os workshops e os trabalhos de campo, conduzido por Castelblanco e desenvolvido com o povo Inga, resultou na criação do Media Collective Ñambi Rimai, coletivo indígena engajado nos processos de auto-governança, preservação cultural, controle territorial e criação de ferramentas para comunicação autônoma entre o território e seus entornos. É desse contato que nasce, também, a chamada Parte A do projeto – sendo a Parte B a própria criação do coletivo -, enquanto resultado fílmico de um processo de viagens e reconhecimento de um território compreendido enquanto uma extensa trama de relações de ocupação e governança, abaixo e acima do solo, entre elementos naturais e movimentos humanos.
«Rio Arriba – ’Uma Cartografia Cinematográfica’ Através das Camadas de uma Paisagem Planetária» é um filme e uma instalação experimental desenvolvido a partir de uma série de viagens pelo Rio Putumayo, na Colômbia, partindo de florestas da Amazônia Inferior e indo de encontro aos Andes. Mostrando relações entre os dois locais, o vídeo percorre territórios de ancestralidade indígena, expondo uma complexa paisagem composta por diversas formas de ocupação. Desde locais danificados pela extração de petróleo até vigilância por satélite sobre a floresta tropical, o filme acompanha um rio que, mais do que tudo, depende da formação de nuvens e do frágil equilíbrio de uma região tão diversa.
Com apoio do programa COINCIDENCIA e colaboração de Lydia Zimmermann, Camilo Pachon, a população indígena Ñambi Rimai e Javier Chindoy, a produção realizada a partir da imersão teve sua estreia presencial adiada pelas consequências sócio-políticas decorrentes da crise de 2020 e estará disponível em novembro no museu Ausstellungsraum Kligental, em Basel.