«Ceci Est Une Rencontre» e «dSimon» no FIBA 2022 [AR]
Argentina — Eventos
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Após um período de limitações pandêmicas, com apresentações restritas ao ambiente virtual, o FIBA – Festival Internacional de Buenos Aires retomou as atividades presenciais na sua edição 2022, ocupando diversos espaços da cidade, durante dez dias, com mais de mil artistas em cena. Na sua programação, a mostra contou com dois trabalhos suíços.
A coreógrafa Marthe Krummenacher [CH] convidou artistas locais, que nunca haviam trabalhado juntos, para compartilharem o palco em «Ceci Est Une Rencontre» (Isto É um Encontro) e explorarem as dinâmicas e alquimias de um encontro não pautado.
Em sessões de improviso, esses profissionais, da dança e da música, tinham apenas um esboço de roteiro e algumas funções definidas por meio de sorteio. Era o risco o fio condutor da criação e do movimento. Nesse ambiente, abria-se espaço para a escuta, a colaboração e o cruzamento de histórias.
Já o espetáculo «dSimon» trouxe a experiência da designer de mídia Tammara Leites [UY/CH] e do artista Simon Senn [CH] com um sistema de inteligência artificial.
Para dar mais personalidade ao software GPT, disponível online e capaz de escrever textos a partir de informações fornecidas pelo usuário, Tammara usou o perfil de Simon como modelo. Acrescentou à ferramenta documentos, e-mails e dados do artista, fazendo nascer a inteligência artificial dSimon. A dupla seguiu alimentando o sistema e criou um site (metastories.ch) onde é possível encomendar textos e interagir com dSimon. Mas o processo expôs uma complexa relação com esse clone digital.
Nas sessões do FIBA, os artistas (apresentando-se ao vivo diretamente da Suíça), narraram esse processo e contaram com a participação do público, que inseriu seus próprios dados na ferramenta e interagiram com dSimon.
SOBRE OS ARTISTAS
Marthe Krummenacher se formou em Genebra e trabalhou como bailarina nas companhias NDT2, Forsythe Company, Noemi Lapzeson, Cindy Van Acker e Pierre Pontvianne, entre otras. Depois de vários anos dançando em coletivos, Krummenacher se interessou mais pela criação artística. Ela estudou a arte marcial japonesa de budō, concentrando-se na relação entre corpo e espírito. Seus trabalhos frequentemente confrontam o público com o significado e as atribuições do corpo, que ela interroga criticamente e tenta redefinir.
Tammara Leites, nascida e criada no Uruguai, interessa-se pela tecnologia e pela relação sua relação com a sociedade. Com uma formação em programação, design gráfico e comunicação visual, ela decidiu realizar um mestrado em design de mídia na Haute école d’art et de design (HEAD) em Genebra, onde vive atualmente, com o intuito de elaborar projetos que permitam a convergência de sua criatividade e de seus interesses. Paralelamente, ela se juntou ao Estúdio Transmii como diretora de novas tecnologias. Seu trabalho reflete sobre o que significa ser um ser humano conectado todos os dias.
Simon Senn é artista e vive em Genebra. À primeira vista, seu trabalho sugere que ele é um artista socialmente comprometi-do que fala contra um certo tipo de injustiça. No entanto, sua obra às vezes revela uma abordagem mais ambígua, explorando para-doxos em vez de articular críticas dirigidas. Mesmo que seus vídeos ou instalações sejam normalmente baseados em uma certa realidade, a ficção é muitas vezes misturada. «Be Arielle F» é sua primeira proposta para o palco. Durante a crise sanitária de 2020, foi criada uma versão adaptada e livestream da performance.