«Infinite Becoming» – Fronte Violeta em La Becque [CH]
Suíça — Residências
As artistas sonoras Anelena Toku e Carla Boregas, da dupla FRONTE VIOLETA [BR], procuram se relacionar com o ambiente natural não como um cenário para suas apresentações, mas como uma forma de diluir o protagonismo humano. Assim, elas buscam a experiência das manifestações subjetivas da natureza e evocam essa memória, que vai além da matéria.
Para sua residência no espaço La Becque [BR], ocorrida de fevereiro a março de 2023, a dupla quis entrar em contato com a paisagem suíça, tanto natural quanto cultural, para despertar a sensibilidade através de um diálogo poético-estético com o meio ambiente.
“No final de nossa residência, batizamos nosso projeto de «Infinite Becoming». Talvez porque chegamos no inverno e partimos na primavera. Talvez porque, enquanto estávamos em frente ao lago Léman e suas águas aparentemente paradas, vimos montanhas e casas desaparecendo em uma enchente em nosso país natal. Talvez porque chegamos pensando em pesquisar os contrastes naturais e sociais entre estabilidade e instabilidade e, durante esse tempo, percebemos que, na natureza, nada é completamente estável ou instável. Nem a água do lago, nem as montanhas”, descreve a dupla.
“Durante nossa estada, também desenvolvemos estudos para uma nova performance multissensorial, refletindo sobre: a relação intrínseca entre sons e cheiros da natureza relacionados ao bem-estar como consequência da domesticação de nossos sentidos e da mercantilização da natureza; a ideia do ambiente natural como provedor apenas de sensações agradáveis, alienando-nos de muitos estímulos que poderiam evocar outras sensações, como estados de alerta, estresse e desorientação.”
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Em La Becque, o FRONTE VIOLETA também finalizou um novo álbum por meio da recomposição de sons e intenções extraídos de seus projetos multidisciplinares mais recentes.
SOBRE
FRONTE VIOLETA [BR] é uma dupla de São Paulo, formada pela artista multidisciplinar Anelena Toku e pela musicista e artista sonora Carla Boregas. Desde 2015, elas vêm desenvolvendo uma pesquisa experimental de sons em relação a outros sentidos e linguagens. Utilizando diferentes mídias, a dupla cria projetos imersivos e multisensoriais nos quais combinam composições experimentais de música eletrônica e eletroacústica com outras práticas, como vídeo, performance ao vivo, instalação, site-specific e dramaturgia sonora. Entre seus trabalhos estão a instalação sonora site-specific «What Is Not/O Que Não Está», comissionada pelo Festival CTM e Deustchlandfunk Kultur, a peça audiovisual «Lapso» e «CLARÃO», comissionada pelo Festival Novas Frequências em 2020 e formada por uma peça audiovisual e um incenso. Seu último álbum, «Flam», foi lançado em 2018 pela gravadora japonesa Depth of Decay.