«Jour Blanc» – Cie Sam-Hester no Festival Dança em Trânsito [BR]
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A coreógrafa Perrine Valli [CH/FR] encontrou nos céus uma metáfora para discutir como a imaginação e os relacionamentos das crianças foram remodelados pela tecnologia. Em «Cloud» (nuvem), que ela estreou em 2019 com sua Cie Sam-Hester, a artista combina poesia à velocidade frenética da informação do mundo digital de hoje.
Adaptada agora a uma versão nova e “light”, intitulada «Jour Blanc» (dia branco), ela será apresentada no Festival Dança em Trânsito [BR], com sessões em São Paulo e Rio de Janeiro.
Perrine trabalha com um grupo de crianças locais e dançarinos profissionais numa coreografia controlada à distância. O elenco é munido de capacetes e fones de ouvido e, por meio dos aparelhos, a informação é transmitida em tempo real. Ao ouvirem as instruções, os jovens artistas executam movimentos que lembram gestos cotidianos, alguns evocando o uso de aparelhos tecnológicos.
Neste ambiente hiperconectado, seus corpos dançam em uníssono, como se ainda buscassem sua realidade neste mundo. As luzes de seus capacetes criam uma constelação no palco, e a coreografia explora a dualidade de olhar para baixo (como quando se usa um celular) e olhar para cima (para as nuvens), misturando devaneios e reflexões sobre estes tempos apressados, movidos pelo consumo.
As apresentações de «Jour Blanc» no Dança em Trânsito estão programadas para 31 de julho de 2022, no Teatro Sérgio Cardoso (São Paulo), e 6 de agosto, no Teatro Prudential (Rio de Janeiro).
SOBRE A ARTISTA
Perrine Valli [CH/FR] é bailarina e coreógrafa. Aos 25 anos, criou sua própria companhia de dança, a Association Sam-Hester, que empresta seu nome dos gatos de Andy Warhol, que ele chamava de “Sam”, no caso dos machos, e “Hester”, para as fêmeas. Desde então, Perrine produziu cerca de vinte espetáculos de dança. Artista residente no Mains d’Oeuvres por quatro anos, ela ganhou o primeiro lugar no Concurso Internacional de Coreografia MASDANZA, em 2007, e o segundo lugar no concurso suíço Premio, em 2008. A questão da identidade sexual é central para sua pesquisa, assim como a articulação da relação entre narrativa e abstração em seu trabalho coreográfico.