Lee ‘Scratch’ Perry na Bienal de São Paulo [BR]
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Pioneiro do reggae e do dub, o jamaicano Lee ‘Scratch’ Perry era também um importante artista visual. Tanto que integra a lista de 91 participantes da 34ª Bienal de São Paulo.
Na mostra, que em 2021 traz o título «Faz Escuro, Mas Eu Canto», é possível ver uma sequência de trabalhos de Perry, criações que perpassam diversos gêneros e entremeiam palavras, imagens e objetos – muitas vezes queimados ou pintados.
Seus trabalhos trazem humor e referências autobiográficas, além de serem impregnados de espiritualidade e de um universo idiossincrático, com influências que vão de figuras católicas às práticas africanas. Num esforço contínuo de venerar o divino, ele cria uma espécie de panteão mágico.
Também há nas obras muitas alusões ao estúdio Black Ark, construído por ele no fundo da casa de sua família em Kingston, na Jamaica. Ali, o artista consolidou sua frenética produção musical, mixando sons com muita habilidade e equipamentos bastante simples.
O espaço, fundado em 1979, fechou as portas poucos anos depois, e Perry se mudou para os alpes suíços, onde viveu e trabalhou nas últimas décadas.
SOBRE LEE ‘SCRATCH’ PERRY
Lee ‘Scratch’ Perry (1936-2021) foi um importante ícone musical jamaicano e teve grande contribuição na expansão da música de seu país nos anos 1960 e 1970. Ele trabalhou com artistas como Bob Marley and the Wailers, Junior Murvin, Beastie Boys e The Clash. Em 2003, recebeu um Grammy de melhor álbum de reggae. Seu trabalho nas artes visuais se entrelaça à sua criação musical, e em ambos os campos ele buscou alcançar harmonias e abalar sensibilidades. Nos estúdios Black Ark, ele começou a cobrir as paredes com desenhos incompreensíveis, formas que anteciparam algumas obras posteriores – séries de pinturas e esculturas que atravessam gêneros diversos, trazem traços autobiográficos, humor e religiosidade. Nas últimas décadas, Perry viveu na Suíça e alternava seus trabalhos entre o continente europeu e sua Jamaica natal.