«Mantras para um Clube (sequências)» – PRICE no Pivô [BR]
Brasil — Residências
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Artista cuir que nasceu no Brasil e vive na Suíça, Mathias Ringgenberg, também conhecido como PRICE [CH], explora questões de identidade, gênero e imagem em diferentes performances coreográficas e musicais.
Durante sua residência no Pivô [BR], ele reviu seu trabalho anterior e experimentou a dimensão olfativa dentro da performance. PRICE deu sequência à pesquisa que começou com Niklaus Mettler no Palazzo Trevisan, em Veneza, na qual eles investigaram como decompor símbolo e linguagem.
“Muito do que eu estava criando nos últimos anos girava em torno de uma crítica institucional. E em torno da ideia de “desconstrução” ou “queer in spaces” (“cuir nos espaços”), que se define pela remoção das palavras, da linguagem, permitindo mais espaço para minha performance, um espaço para colocar melodias e improvisos e para ver como tudo isso pode ser traduzido em movimento, mas também em cheiro, que são os meios que estou focando agora”, explica.
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Para o estúdio aberto no Pivô, ele criou uma instalação de glicerina com quatro cheiros diferentes que compõem o símbolo de uma rosa. Eles estão em meio a cadeiras que formam uma arquitetura repetitiva, uma estrutura normativa em contraste com a glicerina. Colaborando com dois músicos locais, o artista também teve uma improvisação sonora intitulada «I Try My Tongue» (eu provo minha língua).
Desconstruindo símbolos, PRICE usa a noção de cuir não apenas como identidade, mas como ação, como um verbo que desestabiliza e cria novas estruturas.
SOBRE O ARTISTA
PRICE (Mathias Ringgenberg) é um personagem fictício que aparece em várias performances. Seu trabalho é caracterizado por paisagens sonoras elaboradas, figurinos e cenografia, e é desenvolvido, muitas vezes, em constelações colaborativas. Suas produções lidam com as expectativas do público em relação ao eu do performer, ostensivamente autêntico, e que se expõe e se emociona diante daqueles que o assistem. Nestas performances, intercalam-se sons da cultura pop, barulhos mecânicos, outros ritmos e a própria voz cantada. A voz constitui um elemento central da sua obra, entendido por PRICE como uma forma acústica de comunicação emocional que cria significado fora do imperativo da linguagem. No trabalho de PRICE, diferentes espaços – cada um com suas próprias economias, mecanismos de historicização e exclusão, normas e potencialidades – se sobrepõem: o palco do teatro e da performance, o clube, o espaço digital, a passarela da moda, o espaço expositivo. O drama conhecido como PRICE se desenrola no cenário de espaços divididos em suas partes individuais e constituintes.