Nicolas Savary e Yann Gross no espaço FoLa [AR]
Argentina — Eventos
Cada qual a seu modo, os artistas Nicolas Savary e Yann Gross [CH] discutem as noções de progresso e a história de dominação que permeia o continente americano em duas mostras que ocupam o espaço FoLa – Fototeca Latino-Americana, em Buenos Aires, de 25 de novembro a 1° de janeiro.
Savary traz uma leitura documental do tema em «Conquistador». Ele parte de um extenso arquivo sobre a vida de Louis de Boccard, nobre suíço exilado na Argentina em fins do século XIX. São álbuns fotográficos (com imagens feitas pelo próprio Boccard e por outros fotógrafos com quem ele conviveu), correspondências, recortes de jornais e diários.
No espaço expositivo, Savary contrapõe esses documentos a imagens recentes do continente, traçando uma relação com questões contemporâneas, como a indústria do turismo, a ecologia e a situação das populações indígenas. Além disso, reflete sobre a própria natureza do documento e como é possível reinterpretar seus significados.
Já Gross, em «The Jungle Show» (O Espetáculo da Selva), refaz os passos de grandes conquistadores em expedições pela Amazônia e propõe outras leituras da região, que ao longo da história sempre despertou ganância e fascínio.
Para criar um relato desencantado de uma conquista impossível, o artista apresenta situações discretamente encenadas, que revelam os diversos mundos da Amazônia contemporânea e seus arredores e distanciam o espectador dos clichês românticos sobre terras abandonadas e nobres selvagens.
Nas fotografias de Gross, a floresta é uma miragem, feita de aglomerados e fantasmas.
SOBRE OS ARTISTAS
Nicolas Savary é fotógrafo e artista visual, que vive e trabalha em Lausanne. Desde que se formou em Artes Visuais pela ECAL, na Suíça, ele tem se dedicado à pesquisa de fotografia documental, com um interesse particular por questões sociais, políticas e históricas.
Yann Gross explora, por meio de fotografias, vídeos e instalações, como a humanidade molda seu ambiente e desenvolve sua identidade. Seus projetos lidam com a construção do imaginário e um certo desejo de escapismo. Atualmente, vive entre a Suíça e a floresta amazônica.