«O Sopro de uma Caverna» – Mónica Naranjo em La Becque [CH]

A prática artística de Mônica Naranjo Uribe [CO] está centrada na exploração íntima e física de territórios, que ela mescla à pesquisa científica como forma de ligar o invisível à nossa escala humana e às nossas percepções.

Durante sua residência em La Becque [CH], ela deu sequência à sua investigação geológica. Depois de visitar diferentes cavernas ao redor da Suíça, ela decidiu centrar-se nas Grottes de Vallorbe, atraída pela acústica especial de suas formações calcárias. Ela acrescentou uma nova camada às explorações sonoras, criando sons de diferentes fontes e documentando como esse espaço em particular os refletia.

Além disso, ela trabalhou em uma instalação/ação específica do local em uma entrada da caverna, documentada em um vídeo que explora a escuridão como uma entidade material.

Também fez parte de uma série que ela tem feito recentemente, que consiste em inserir um elemento fictício na paisagem, cujo movimento evoca as forças geológicas invisíveis que moldam o ambiente. O título «El Aliento de Una Cueva» (O Sopro de uma Caverna) vem do modo bastante simples como muitas cavernas escondidas foram descobertas ao longo da história – a partir, por exemplo, da sensação de uma corrente de ar frio saindo de uma parede rochosa.

“Eu queria me concentrar especificamente na experiência física das trevas e em como a falta de visibilidade poderia me fazer relacionar e pensar no interior da Terra de novas maneiras. Escolhi o som como a melhor forma de explorar isso, o que também significava descobrir territórios inexplorados em meu próprio trabalho (principalmente visual). Esse aspecto desafiador também fazia parte de minha motivação pessoal para fazer a residência, para me relacionar com algo novo”, disse a artista após o processo.

SOBRE A ARTISTA

Mónica Naranjo Uribe [CO] é uma artista plástica que combina sua prática à pesquisa científica. Ela está interessada em como a ficção se torna uma maneira de entrar no inacessível e, paradoxalmente, nos permite conectar-nos mais profundamente com o ambiente natural. Ela tem centrado suas pesquisas nos processos geológicos para compreender territórios a partir de seu comportamento físico e reconhecê-los como seres vivos. Ela vive em Bogotá, onde combina sua prática artística com as publicações dos artistas editores sobre lugares através de seu projeto editorial «Nomada Ediciones».