«One at a Time» – Alessandro Schiattarella no Festival Sin Límites [UY]
Uruguai — Eventos
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Alessandro Schiattarella [CH/IT] faz de uma aparente limitação o impulso para seu processo criativo. Diagnosticado na adolescência com uma condição rara (a Doença de Hirayama, que causa atrofia dos músculos de seus membros superiores), o coreógrafo e performer usa a cena para explorar como restrições físicas podem revelar habilidades antes desconhecidas.
É o caso de «One at a Time» (Um de Cada Vez), espetáculo criado em 2018, com a Cie BewegGrund [CH], a partir da ideia coreográfica da reação em cadeia.
Em especial, o trabalho se inspira em «Der Lauf der Dinge» (O Percurso das Coisas), filme de 1987 em que duo artístico Peter Fischli e David Weiss [CH] mostra um circuito em cadeia feito com objetos cotidianos e materiais industriais.
Schiattarella retoma a coreografia, em 2022, para sua participação no festival Sin Límites, a primeira mostra de artes cênicas inclusivas do Uruguai. O coreógrafo trabalha com artistas locais, com e sem deficiência, numa recriação do espetáculo, explorando cadeias individuais e coletivas, com uso de movimento, ritmo e voz.
A ideia é gerar um novo mecanismo em que os intérpretes possam participar de forma ao mesmo tempo autônoma e independente, apesar de seus diferentes físicos e experiências. Além de refletir sobre as interações cotidianas e como elas são determinadas por relações de confiança – em especial, quando envolvem pessoas com deficiência.
O festival Sin Límites acontece de 18 a 22 de abril de 2022 em Montevideo [UY]. «One at a Time» está programado para o último dia de programação.
SOBRE ALESSANDRO SCHIATTARELLA
Alessandro Schiattarella nasceu em Nápoles [IT], em 1982, e atualmente vive e trabalha na Suíça. Como intérprete, colaborou com nomes como Maurice Bejart, Marco Goecke, Koen Augustijnen e Haris Pasovic. Em 1996, foi diagnosticado com a Doença de Hirayama, condições que o levou a criar seu primeiro solo, «Altrove» (2014), em que explora movimentos para além das gestualidades padrões. Logo em seguida, passou a desenvolver projetos coreográficos no campo da deficiência, como «Tell me Where It Is» (2015), «Strano” (2017), «One at a Time» (2018), e com a temática da masculinidade, caso de «Rejected» (2019).
